Editorial

Páginas policiais

É comum, em todo o final de ano eleitoral, ver as páginas dos jornais, os sites de notícias e os noticiários do rádio e da televisão repletos de matérias sobre políticos. Seja para articular o novo governo, seja para montar uma oposição combativa. Ultimamente, porém, alguns políticos brasileiros estão ganhando as manchetes nas páginas policiais. Somente nesta semana, que recém começou, três parlamentares eleitos nos últimos tempos estão tendo que responder na justiça por atos que não têm relação alguma com os cargos que ocuparam por vontade da população.


Depois de ter seu mandato na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro cassado por acusações de assédio sexual, forjar vídeos na internet e de estupro de vulnerável, o ex-vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) foi preso preventivamente nesta segunda-feira. O ex-policial militar de 28 anos é acusado de estupro, mas o caso, que teria ocorrido no dia 15 de julho - após a divulgação das primeiras denúncias contra ele -, faz parte de um novo processo. Através de suas contas nas redes sociais, Monteiro negou o crime e afirmou que irá provar sua inocência.


A segunda-feira também ficou marcada pelo início do julgamento da ex-deputada federal Flordelis (PSD-RJ), de 61 anos, que está sendo julgada no Tribunal do Júri pela morte do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo de Souza, ocorrido em 2019, em Niterói. A ex-parlamentar é apontada como mandante do crime e responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), além de tentativa de homicídio, associação criminosa armada e uso de documento falso.


O primeiro político a ganhar os holofotes na semana foi o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ). Isso porque o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, negou habeas corpus para tirá-lo da prisão. Jefferson está preso desde o final de outubro por atacar, com tiros de fuzil e granadas, policiais federais que estavam se dirigindo à sua casa justamente para prendê-lo pelo descumprimento de medidas cautelares impostas quando ainda em prisão domiciliar. O ex-deputado se entregou à polícia após passar oito horas desrespeitando a ordem do STF.


Que todos os fatos sejam apurados e que as leis sejam aplicadas corretamente. Esperamos que casos citados acima sejam sempre a exceção, e nunca a regra. E que os políticos voltem à cena somente por fazer aquilo que se espera deles, trabalhar pelo bem da população.

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